Copa no Mundo 2014
A promoção de grandes eventos
esportivos tem sido uma estratégia de diversos países para a atração de
investimentos e de atenção internacional. Os benefícios econômicos destes eventos
retratam um argumento utilizado para justificar o esforço e o gasto público para
sediar tais eventos.
Em 2009 o Brasil, especificamente
a cidade do Rio de Janeiro, foi escolhido como sede dos Jogos Olímpicos de
2016. Um amplo estudo do impacto econômico desse evento foi divulgado pelo
Comitê Organizador da candidatura brasileira, e os números divulgados
ressaltaram os impactos econômicos da realização dos jogos na cidade e no país.
Com base nesse estudo,
encomendado pelo Ministério do Esporte, estima-se que o impacto econômico dos
Jogos Olímpicos e Paraolímpicos sobre o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil será de R$ 22 bilhões até
2016, enquanto que, no período de 2017 a 2027, atingirá R$ 27 bilhões. Esse
estudo indica que os investimentos injetados1 corresponderão um multiplicador
de produção de 4,26, o que representa uma movimentação2 na economia brasileira
na ordem de R$ 102,2 bilhões (deflacionados para 2008) no período de 2009 a 2027.
Dos 55 setores econômicos, construção civil (10,5%), serviços imobiliários e
aluguel (6,3%), serviços prestados a empresas (5,7%), petróleo e gás (5,1%),
serviços de informação (5%) e transporte, armazenagem e correio (4,8%) serão os
mais beneficiados pelo evento esportivo (Secretaria da Comunicação Social da
Presidência da República, 2009).
A Copa do Mundo de 2014
(Copa-2014) representa outro grande evento esportivo programado para o Brasil3.
Na sua preparação, uma série de obras de infraestrutura, reformas e construção
de estádios estão sendo programadas. Em meados de 2009 as 12 cidades-sede da Copa,
que abrigarão jogos da competição, foram escolhidas: Rio de Janeiro (RJ), São
Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Brasília (DF), Cuiabá (MT),
Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Recife (PE) e Salvador
(BA). Além das 12 cidades escolhidas, participaram da disputa Rio Branco (AC),
Belém (PA), Maceió (AL), Goiânia (GO), Florianópolis (SC) e Campo Grande (MS).
Segundo declarações do secretáriogeral da FIFA (Fédération Internationale de
Football Association), Jerome Valcke, a escolha seguiu critérios técnicos,
a partir das visitas feitas por especialistas da entidade e os projetos
entregues pelas cidades. Segundo
ele, segurança pública e opções de lazer também foram
consideradas (Perguntas, 2009).
Assim, parece ter havido um interesse regional para sediar o evento, o que
indica uma percepção de ganhos econômicos para as cidades-sede. Segundo
Porter (1999), um importante argumento que os Governos
candidatos fazem para hospedar um mega-evento refere-se aos benefícios
econômicos que podem ser gerados.
É provável que o Brasil terá
grande visibilidade com a promoção dos mega-eventos esportivos agendados,
contudo os benefícios econômicos que tais eventos trarão para o país são
difíceis de estimar, pois envolvem obras de infraestrutura urbana,
reformas/construção de estádios, fluxos turísticos, investimentos privados
(rede hoteleira, por exemplo) e divulgação internacional do país. Os
organizadores geralmente alegam que eventos, como a Copa do Mundo, geram estímulos
para os negócios domésticos (e.g. restaurantes, hotéis e outros)
1 Segundo o dossiê da candidatura
do Rio, o investimento previsto para o evento é de R$ 28,8 bilhões, sendo R$ 5,6
bilhões na estrutura do Comitê Organizador e R$ 23,2 bilhões em recursos
públicos e privados para a infraestrutura necessária aos Jogos (Dossiê, 2009).
2 Isso significa que para cada
dólar investido nos Jogos a iniciativa privada injetaria outros US$ 3,26 nas
cadeias produtivas associadas ao evento (Secretaria da Comunicação Social da
Presidência da República, 2009).
3 O Brasil, em 30 de outubro de
2007, foi escolhido pela FIFA como país sede da Copa das Confederações FIFA 2013
e da Copa do Mundo FIFA 2014 (Ministério do Esporte, 2010).
COPA
2014: COMEÇAM AS MELHORIAS NO TRANSPORTE PÚBLICO :
Além da construção e
reforma de arenas esportivas, o Brasil tem um grande desafio a enfrentar para
sediar a Copa de 2014: oferecer transporte público de qualidade para os
visitantes. Em grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro (ambas
escolhidas para serem cidades-sede), o desafio é ainda maior e demanda um
conjunto de soluções de transporte urbano. Mas, os trabalhos já começaram.
O Rio de Janeiro, uma
das cidades-sede, deve receber cerca de R$ 55 bilhões em investimentos por
conta da Copa do Mundo 2014 e das Olimpíadas em 2016, segundo estudo da
consultoria PriceWaterhouseCoopers divulgado essa semana. De acordo com o
levantamento, os eventos esportivos devem criar cerca de 95 mil empregos
diretos.
Entre os novos
empreendimentos previstos estão a construção de uma ligação entre o estádio e a
Avenida Jacu-Pêssego, que dá acesso ao trecho Sul do Rodoanel Mário Covas e às
rodovias Ayrton Senna, Dutra e Fernão Dias. Também está proposto o alargamento
da Avenida Radial Leste, ligação entre o estádio e a região central de São
Paulo.
A presidente Dilma
Rousseff afirmou recentemente que, das 12 cidades que serão sede da Copa do
Mundo de 2014, 11 já fizeram as licitações para a construção ou reforma de seus
estádios e dez já iniciaram as obras dos cenários esportivos. Dilma explicou
que a presidência está trabalhando em conjunto com os governos estaduais e as
prefeituras das cidades responsáveis pelas obras, e que acordaram reuniões
periódicas para avaliar os avanços dos projetos de transporte público,
essenciais para o bom funcionamento do evento.
O estudo também
aponta que em 2014 a cidade deve receber 3,2 milhões de turistas estrangeiros.
Para 2016, são esperados 4 milhões de visitantes de outros países – no ano
passado, a cidade recebeu 2,5 milhões de turistas. O total de gastos que eles
vão realizar no Rio em 2016, incluídos também os 6,3 milhões de turistas
nacionais esperados no ano das Olimpíadas, deve chegar a R$ 14,4 bilhões.
Já em São Paulo a
prefeitura e governo apontam investimentos no entorno do futuro estádio do
Corinthians e na malha de trens e do Metrô como as principais obras de
mobilidade urbana para a Copa de 2014. Representantes governamentais se dizem
otimistas com o cumprimento dos prazos e com o legado das obras, necessárias
mesmo sem a realização do evento esportivo.
Empregos
gerados com a Copa do Mundo no Brasil.
O ministro do Esporte, Orlando
Silva, afirmou hoje (6) que a Copa do Mundo de 2014 deve gerar cerca de 700 mil
empregos em todo país.
Segundo ele, aproximadamente 380 mil postos de trabalho
serão abertos durante a preparação do país para o torneio. O restante das vagas
será preenchido durante a realização do Mundial.
As previsões, segundo o
ministro, constam de um estudo sobre impactos econômicos da Copa do Mundo
encomendado pelo governo federal.
A estimativa de geração
de empregos foi divulgada por Silva durante um seminário sobre a Copa do qual
ele participa em São Paulo.
“A Copa do Mundo é geração de emprego, de renda e de
desenvolvimento”, afirmou ele. “Todas as obras que estão previstas vão
precisar de trabalhadores.”
Segundo Silva, os trabalhadores
da construção civil serão beneficiados, principalmente, pelos investimentos em
aeroportos, portos e nos sistemas de transporte público nas 12
cidades-sede da Copa. Só nos aeroportos, informou ele, o investimento previsto
é R$ 6 bilhões.
O ministro disse também que o
setor de turismo deve crescer muito com a realização da competição. Hotéis e
restaurantes, por exemplo, devem aumentar seu quadro de funcionários para
atender os turistas brasileiros e estrangeiros que assistirão aos jogos da
Copa.
Como será
o Brasil, pós Copa do Mundo de Futebol?
Há três anos para o início da Copa do Mundo FIFA de
futebol, ainda muito se fala nas estruturas dos estádios, aeroportos, hotéis
etc. E com um compromisso dessa importância, é preciso muito mais do que
simples promessas. Com o caos por todos os lados, já que fora os países da
Europa, parece que apenas o Brasil tem problemas, no setor aéreo, e nos
estádios para a realização dos jogos. Não foi isso o que vimos na última edição
do torneio na África do Sul. Estádios entregues em cima da hora, as vésperas do
inicio da competição, e não estou comparando, estruturas financeiras ou algo
mais com todos os países que se candidataram para a realização do evento.
Apenas não compreendo os critérios ao qual a entidade FIFA, tem para a
definição das “sedes” e para quais estádios, poderão ou não receber os jogos da
competição. Com todas as obras entregues aqui no Brasil, o que teremos pós copa
do Mundo? Será que os torcedores, terão seus direitos respeitados? Com
ingresso com preços justos e conivente com o salário que recebem? Campeonatos
organizados, e com horários para transmissões de jogos, que não atendam apenas
as emissoras de televisão? Penso que com toda a exigência feita pela FIFA, e o
alto investimento nas construções de todas as estruturas que cercam a realização
de um evento dessa dimensão. Tomara, que não sobre para nós torcedores,
“bancar” todo o “sacrifício” dos dirigentes e interessados pela realização do
evento em nosso país. Cobramos por aquilo que consumimos e não é de hoje,
que nós torcedores de futebol, somos mal tratados no que se refere a poder
acompanhar os times pelo qual torcemos, seja indo aos estádios, em nossas
casas, ou tentando adquirir produtos oficiais dos clubes sem sermos lesados. Ou
você acha justo o preço que é cobrado nos ingressos e nos produtos oficiais do
seu clube? Sei que o problema é muito além do mundo do futebol, acho que antes
de se preocupar em realizar um evento como esse, tanto os dirigentes de
futebol, como os governantes, deveriam se preocupar com saúde, transportes de
qualidade e educação para todos. Seja qual for o país sede, não pode esperar
que a vida da população, melhore apenas, por realizar eventos como esse.
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