Cracolândia
Cracolândia
(por
derivação de crack) é uma denominação popular para uma região
no centro da cidades de São Paulo, nas imediações avenidas Duque
de Caxias, Ipiranga, Rio Branco, Cásper Líbero e a rua Mauá, onde
historicamente se desenvolveu intenso tráfico de drogas meretricio.
Durante
o final da decada de 1960, com o surgimento do chamado cinema
marginal, houve um crescente desenvolvimento da atividade
cinematografica nesta região da cidade. Diversas produtoras e alguns
cinemas lá surgiram nesta época.
A
Boca do lixo pode ser considerada o berço do cinema marginal, de
diretores como Rogério Sganzerla, Ozualdo Candeias e Júlio
Bressane, entre outros. Os filmes marginais, ligados à Boca,
eram sempre permeados de muita seualidade, escracho e esbórnia.
Durante a decada de 1980 o intensificou o teor sexual e entrou no
período que ficou conhecido como a fase da pornanchanchada A Boca
foi
responsável por mais de 700 títulos nesta época
Como
a Cracolândia foi formada
A
cracolândia fica no centro de São paulo a mais de vinte anos , é
um lugar tipicamente paulistano, não existe nenhum outro lugar
semelhante, nenhuma capital do Brasil e nenhum lugar do mundo .
Ultimo levantamento da Policia antes dessa operação detectou
400 pessoas, mas calcula-se que a população flutuante que vai e
volta chega mais de dois mil.
O
que levou a criação da Cracolândia
Isso
é uma coisa pouco falada e é uma história que ajuda a compreender
um pouco a cidade. A região do centro de São Paulo que fica perto
da antiga rodoviária sempre foi historicamente a boca do lixo da
cidade, era os lugares onde tinha as prostitutas os prostíbulos o
jogo e mesmo trafico de drogas, e sempre foi um lugar de certa forma
acobertado pela policia civil historicamente, era um lugar onde os
maus policiais civis sempre tiveram um tipo de relação de
tolerância ao negócio ilegal, ao mesmo tempo que tinha essa
facilidade essa tolerância por parte das próprias autoridades nos
anos noventa foi o auge da violência aqui na capital em São Paulo e
na periferia principalmente você tinha o problema muito grande de
extermínio e era comum chacinas naqueles anos que matavam os
chamados “noias” que sempre foram figuras muito estigmatizadas
nos bairros onde eles viviam porque eles eram considerados pessoas
que roubavam varal, pessoas que roubavam trabalhador, ou que
entregavam os próprios bandidos as vezes que viviam naqueles locais
, e por isso era comum a chacina dos “noias” . Em noventa e dois
e noventa e três juntando esse fato de que la era um lugar fácil de
se vender drogas com extermínio nas periferias , a cracolândia
acabou se consolidando como um exílio dos jovens dos garotos que
eram ameaçados muitas vezes nas bocas pelos traficantes e pelos
matadores das periferias que encontraram la no centro um lugar onde
poderiam consumir tranquilamente e poderiam comprar drogas
tranquilamente. A cracolândia ela tem uma especifidade em relação
aos outros lugares de São Paulo que la é o único território livre
de vendas de drogas , se você quer montar um biqueira na periferia é
preciso ter contato é preciso saber chegar , é preciso ter um
fornecedor é preciso ser bem relacionado porque você tem um certo
equilíbrio nesses mercados de periferia. Na região central nesse
lugar conhecido como cracolândia é o único lugar onde pode se
vender droga livremente sem pedir autorização pra ninguém qualquer
um que chegar com um tablete de crack pode vender , essas
especifidades tornaram o lugar um local com sua própria
sociabilidade suas próprias regras de convívio que persistem a
vinte anos .
Depoimentos
de viciados
Depoimento
de um adulto
-
uso drogas a quinze anos, então quer dizer que eu morri a quinze
anos.
Depoimento
de uma criança
-
eu não gostaria de estar aqui, e quero falar para todas as crianças
que procure nunca se envolver com drogas, porque a história é
triste infelizmente é triste.
Depoimento
de um jovem
-
Se alguém lhe oferecer algum tóxico, demonstre ser mais homem do
que eu fui. Não se deixe tentar, por nenhuma razão, e saiba
responder com um “não”. Talvez você encontre “amigos” que
lhe ofereçam gratuitamente um pouco da coisa (droga) para
depois, sucessivamente, fazer você pagar por ela. No princípio o
preço é reduzido, mas quando perceberem que você se tornou
viciado (dependente), aumentarão os preços. Não esqueça que a
mesma pessoa que lhe vendeu a maconha, terá, em reserva para você,
também a heroína. E tudo isso, por quê? Não certamente
pela sua felicidade, mas para obter dinheiro.
Depoimento
de um Homem
- perdi
minha mulher perdi casa, moto perdi tudo por causa das drogas.
Depoimento
de uma mulher
- Nós sempre temos esperança
de que alguma coisa aconteça e nós possamos sair dessa
“A
droga pode oferecer momentos de felicidade, mas a cada um destes
momentos corresponde um século de desespero que jamais poderá ser
apagado. A droga destroi todos os seu sonhos de amor, as suas
ambições e a sua vida no seio da família
”
O
fim ?
Desde
2005,
a prefeitura fechou bares e hotéis ligados ao tráfico de drogas e à
prostituição, retirou moradores de rua e aumentou o policiamento
para inibir o consumo de drogas no local. Centenas de imóveis foram
declarados de utilidade
pública,
em uma área de 105 mil metros quadrados, e estão sendo
desapropriados.
O objetivo do programa é tornar a área atrativa a investimentos
privados, abrindo espaços para empresas do setor
imobiliário.
Em
2007, a Prefeitura de São Paulo lançou um programa denominado Nova
Luz
para
promover a reconfiguração e requalificação da área. Entre as
medidas propostas, destaca-se a renuncia fiscal
referente
ao IPTU,
visando estimular a reformas de fachadas dos imóveis de valor venal
inferior a R$ 300 mil.
Críticos
do programa, no entanto, assinalam o seu caráterhigienista,
destacando que a recuperação de edifícios, praças, parques e
avenidas não é acompanhada de ações voltadas aos grupos mais
vulneráveis que vivem ou trabalham na área - que estão sendo
sumariamente expulsos. O sem-teto tirados, o trabalho dos catadores
de
material reciclavel
é
dificultado e os usuários e dependentes de crack (muitos dos quais
crianças e adolescentes), impedidos de se reunir no local, são
obrigados a perambular pelos bairros vizinhos, em bandos, sem rumo.
03
de janeiro de 2012, região da Luz, centro de São Paulo. A Polícia
da Militar inicia uma ação de “limpeza” na região denominada
pela prefeitura como Cracolândia. Em 14 dias de ação, mais de 103
usuários de drogas e frequentadores da região foram presos pela
polícia com uso da cavalaria, spray de pimenta e muita truculência.
Em seguida, mais de trinta prédios foram lacrados e alguns
demolidos. Esta região é objeto de um projeto de “revitalização”
por parte da prefeitura de São Paulo, que pretende concedê-la
“limpinha” para a iniciativa privada construir torres de
escritório e moradia e um teatro de ópera e dança no local.
Moradores dos imóveis lacrados foram intimados a deixar a área
mesmo sem ter para onde ir. Comerciantes que atuam no maior polo de
eletroeletrônicos da América Latina, a Santa Efigênia , assim como
os moradores que há décadas vivem ali, vêm tentando, desde 2010,
bloquear a implantação deste projeto, já que este desconsidera
absolutamente suas demandas.
Justiça suspende projeto Nova Luz
A
Justiça concedeu, nesta quinta-feira (26), uma liminar que suspende
os efeitos da lei 14917, que trata da concessão urbanística na área
do projeto Nova Luz, no centro da capital paulista. A decisão é do
juiz Adriano Marcos Laroca, da 8ª Vara da Fazenda Pública de São
Paulo.
A
ação popular alega que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab
(PSD), não teria promovido nenhuma audiência pública para
apresentar o projeto à população.
O
projeto Nova Luz prevê a reforma de 45 quarteirões e duas praças
do centro da cidade entre as avenidas Ipiranga, São João, Duque de
Caxias, rua Mauá e avenida Cásper Líbero – o que corresponde a
cerca de 500 mil metros quadrados.
Na
decisão, o juiz criticou a falta de participação popular,
sobretudo junto à população que será diretamente atingida, como
moradores e comerciantes da região.
“A
decisão política de aplicar no projeto Nova Luz o instrumento da
concessão urbanística, de fato, não contou com a participação
popular", afirmou.
O
projeto da Nova Luz deverá ser o primeiro a utilizar o instrumento
da concessão urbanística, em que uma empresa concessionária,
escolhida por meio de licitação, fica responsável pela execução
do projeto proposto pelo Executivo .Entre os poderes ganhos pelo
concessionário está a desapropriação de imóveis, que poderão
ser revendidos depois.
Sobre
a concessão urbanística, o juiz também ressaltou que o motivo
escolhido para sua utilização era a possibilidade de realizar
reformas sem grandes investimentos da Prefeitura. Entretanto, estudos
elaborados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) sinalizaram que o
projeto só se concretizaria com investimentos públicos em torno de
R$ 600 milhões, fora os já realizados com instrumentos de
incentivos fiscais.
No
início deste ano, a Prefeitura de São Paulo, o governo estadual e a
Polícia Militar deram início à Operação Centro Legal, na área
conhecida como cracolândia localizada nos bairros onde está
previsto o projeto. Apesar de alegar que a operação serviria para
atender os dependentes químicos, imagens registraram a atuação a
atuação violenta da PM. Entidades de defesa de direitos humanos têm
acusado a política do poder público de atender aos interesses
imobiliários, utilizando-se de métodos higienistas.
Ocupação
em três fases
Sem
data para acabar, a ocupação da PM deve abrir caminho para duas
novas fases. A próxima, prevista para ser intensificada a partir de
fevereiro, terá como foco o restabelecimento do trabalho das agentes
de saúde e assistência social, no convencimento dos usuários a
aceitar tratamento. A fase seguinte, sem data prevista, é a
manutenção da região “pacificada” e livre do uso de drogas. Em
coletiva de imprensa ontem, Alda Marco Antônio, vice-prefeita e
secretária de assistência e desenvolvimento social, anunciou para o
fim de janeiro a inauguração de um novo espaço para atendimento
dos usuários da Cracolândia. Localizado na rua Prates, a dois
quilômetros dali, oferecerá vans de transporte, um espaço de
convivência para até 1,2 mil pessoas, albergue para 150 adultos e
abrigo para até 30 menores de idade. A ação será integrada à
secretaria de saúde, que operará ali um Centro de Atenção
Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) e uma Assistência Médica
Ambulatorial (AMA). Enquanto a área não fica pronta, os usuários,
assustados com a ação, se dispersaram por regiões vizinhas. Na
entrevista coletiva, Luiz Chaves e o Coronel Álvaro Camilo,
comandante-geral da Polícia Militar, assumiram que é possível que
os cerca de 400 usuários tenham medo de pedir ajuda às instituições
de saúde e assistência social, como reflexo da ação. “Mas eles
já estão na rua”, disse, rindo, Luiz Chaves.
A
polícia já identificou quatro pontos de aglomeração, mas promete
desmantelá-los. O acesso à droga, porém, parece não ter cessado,
conforme relata a Folha
de S.Paulo em
matéria
de
hoje: às 23h de ontem, a reportagem viu uma pessoa descer de um táxi
e ser rodeado por usuários, numa possível distribuição de pedras.
E
você, o que achou da atuação da Polícia?
Opniões
Sou
contra este tipo de ação agressiva da polícia. Apoio uma ação
que respeite os direitos humanos e esteja alinhada com as boas
práticas desenvolvidas na área da saúde para o tratamento de
dependentes químicos.
Regina
de lima pires
Sou
a favor dessa ação. Primeiro a polícia, prendendo traficantes e
bandidos que estão ali, na sequência atendimento social e de saúde,
para os viciados; o que não dava era pra continuar do jeito que
tava.
Pedro
Martins
Não
acho que a cracolândia deva continuar como uma área livre das leis
que impedem o tráfico e consumo de drogas. Mas acredito que a ação
da polícia, caso continue dessa forma, não resolverá a questão.
Uma pessoa que usa drogas não busca ajuda só por causa da
abstinência. Ela precisa entender o tratamento, se submeter a ele
com convicção e contar com apoio e segurança. Ou assim que
passarem os efeitos físicos da abstinência, ela buscará novamente
o crack pelos seus efeitos psicológicos.
Na minha opinião, uma solução seria ampliar o trabalho das agentes de saúde dentro e fora da Cracolândia, para impedir que mais gente passe a usar a droga e para mostrar que é possível sair dela. Acho também que os CAPS – AD deveriam funciona dia e noite, já que os usuários não têm necessidade de amparo e tratamento apenas em horário comercial.
Por fim, achei muito absurda a história que ouvi sobre uma futura iniciativa de cadastrar os usuários. Isso é verdade? Parece Foucault puro!
Margarida Telles
Na minha opinião, uma solução seria ampliar o trabalho das agentes de saúde dentro e fora da Cracolândia, para impedir que mais gente passe a usar a droga e para mostrar que é possível sair dela. Acho também que os CAPS – AD deveriam funciona dia e noite, já que os usuários não têm necessidade de amparo e tratamento apenas em horário comercial.
Por fim, achei muito absurda a história que ouvi sobre uma futura iniciativa de cadastrar os usuários. Isso é verdade? Parece Foucault puro!
Margarida Telles
Trabalho do 1°J
Karolayne Tie
Rafael S. Santos
Melyssa de Sá
Kethlee Audrey
Yanka Cordeiro
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