segunda-feira, 2 de abril de 2012

Cracolândia

Cracolândia, o que é ?
O surgimento de uma área de uso do crack em São Paulo é o desdobramento mais recente de um longo processo de deterioração do Centro da cidade, iniciado ainda na década de 1950.
A concentração dos “crackeiros” foi um processo natural, uma vez que o alto grau de dependência da droga exige um local onde o poder público não está presente. “As zonas abandonadas foram escolhidas por viciados em todas as cidades do mundo onde há crack”, afirma o psiquiatra e professor da Unifesp Marcelo Ribeiro.

De acordo com o estudo “Circuitos de uso de crack na região central da cidade de São Paulo”, da psicóloga Luciane Raupp e do cientista social Rubens Adorno, a procura pelo crack na região da Luz se intensificou em 1991 e alcançou grandes dimensões em 93. O estudo, apresentado na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (US), mostra que a prevalência do crack cresceu de 5,2%, em 89, para 65,1% entre 95 e 97. A droga passou a ser a mais consumida nesta região da cidade.

Por ser barato e ter devastador poder de vício, o crack atingiu inicialmente as populações mais vulneráveis: crianças e moradores de rua. No entanto, o consumo logo se alastrou para outras classes sociais. Usuários costumavam ficar confinados por horas em construções abandonadas da região para consumir a droga perto dos traficantes. O uso à luz do dia também se tornou recorrente.


Desocupação da Cracolândia

Em 3 de janeiro de 2012 iniciou-se uma operação de combate ao tráfico da região e ajuda aos usuários de crack, chamada de Operação Centro Legal. No final do mês, segundo a PM, a Cracolândia havia se espalhado por 27 bairros. A operação da Polícia Militar deflagrada na Cracolândia, região central de São Paulo, ocorreu sem que um complexo voltado para usuários de crack, com equipamentos de saúde, fosse inaugurado pela prefeitura. O espaço, cuja abertura está prevista para apenas daqui a 30 dias, terá um centro de convivência para 1.200 pessoas e albergues. O complexo terá também um Caps (Centro de Atenção Psicossocial) e um posto de saúde. Como consequência da ação da PM, usuários de crack se espalharam por outras áreas da Cidade. Um dependente do crack ouvido pela reportagem da TV Folha relatou que os viciados estão sem rumo e seguem circulando pelas adjacências da Cracolândia. Especialistas consideraram a ação da PM "higienista". Dizem que ela atrapalha o trabalho dos agentes de saúde, que buscam criar vínculos com os usuários para encaminhá-los para tratamento. Na semana passada a Cracolândia, região no centro de São Paulo que concentra um alto número de viciados em crack, esteve em todos os noticiários nacionais. O motivo foi a ação de policiais militares e civis, que foram as ruas da região para tentar prender traficantes de drogas e viciados que ocupavam a área, que passará por uma revitalização. A ação dos policiais não resultou em muitas coisas positivas e ainda dispersou os viciados para outros bairros da capital paulista.

A ação rendeu críticas de movimentos sociais que alegam que esta não é a forma correta de abordar os dependentes químicos da Cracolândia..

De acordo com o comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Álvaro Batista Camilo, manter a população expulsa da Cracolândia em movimento é parte da estratégia da PM para desarticular o tráfico de drogas na região. “É preciso romper o vínculo do traficante com o usuário e para isso é preciso retirá-los dali”, disse Camilo. “Só quebrando a logística do tráfico haverá condições de o Poder Público ajudar quem precisa”, afirmou o comandante da PM.

Segundo Camilo, apesar da diáspora de dependentes químicos, não foi registrado aumento da criminalidade no entorno da antiga Cracolândia. “A migração de usuários pela região estava prevista e por isso a ação da polícia não tem data para acabar. O policiamento foi reforçado na região exatamente para isso”, afirmou Camilo.


O coordenador de políticas sobre drogas da Secretaria da Justiça de Defesa da Cidadania no governo de São Paulo, Luiz Alberto Chaves de Oliveira, falou que é fundamental dificultar o acesso do usuário à droga. “Enquanto eles estiverem confortáveis com a situação, como ocorria na Cracolândia. não buscarão ajuda”, disse Oliveira.
Os viciados arrependidos são direcionados a Hospitais Psiquiátricos , clinicas de reabilitação ou CAPS A.D (Centro de atenção psicossocial – ÁLCOOL E DROGAS) lá eles fazem tratamento , recebem medicação , participam de oficinas , atividades físicas e etc...

Para Onde Migraram os Dependentes Químicos da Cracolândia

Um dia após a operação Centro Legal, que fez uma faxina na Cracolândia, na região da Rua Helvetia e Alameda Dino Bueno, os usuários passaram a se concentrar em grupos menores por várias ruas e praças das proximidades. Com eles, migraram também os problemas de segurança que deflagraram a operação inicialmente.

O DIÁRIO flagrou concentrações de usuários na Praça Princesa Isabel, além de pontos na Avenida Rio Brancos, Rua General Júlio Marcondes Salgado e nas alamedas Glete e Nothmann, todas no Centro. Outros grupos vagavam a esmo pelo bairro, carregando cobertores e trouxas de roupa. Longe das vistas da polícia, alguns consumiam crack em cachimbos. Na maioria das aglomerações, com cerca de cem pessoas, na Praça Princesa Isabel, a equipe do DIÁRIO foi alvo de pedras atiradas pelos dependentes químicos, que protestavam contra a presença da reportagem. Eles também migraram para outras regiões como a Barra Funda.

Algumas Notas.

O Estado de S.Paulo - 28 de fevereiro de 2012 | 3h 03

Operação reduz em 14% crimes na área da Cracolândia

No dia 3 de janeiro, o governo do Estado iniciou a Operação Centro Legal, que resultou em prisões e abordagens policiais, sociais e de saúde na cracolândia. Os dados da Secretaria de Segurança Pública revelam que o 77º Distrito Policial reduziu em 13,9% o total de roubos e furtos na região. Está entre os 22 DPs cujas taxas mais caíram se comparadas aos 93 distritos da capital. Também houve queda em distritos vizinhos, como no 2º DP, no Bom Retiro (- 9,5%), no Cambuci (-3,1%) e Sé (-11,3%).

O crescimento dos crimes contra o patrimônio ficou mais evidente na zona norte de São Paulo. O 28º DP, na Nossa Senhora do Ó, e o 13º DP, na Casa Verde, registraram alta de 120,3% e 90,7%. Outros bairros periféricos, como Cidade Tiradentes e Parque do Carmo, na zona leste, tiveram crescimento nos crimes patrimoniais de 62,9% e 62%. A principal queda dos crimes patrimoniais na cidade foi registrada na região do 96º DP (Monções), próximo da Avenida Berrini, com diminuição de 35,7%. B.P.M. e D.T.



RODRIGO BURGARELLI - O Estado de S.Paulo - 09 de fevereiro de 2012 | 3h 09

Casa demolida na Cracolândia será reerguida



No fim de janeiro, durante o auge da ação policial para reprimir o tráfico e o consumo de drogas na cracolândia, no centro de São Paulo, a Prefeitura decidiu demolir seis imóveis que eram utilizados pelos dependentes químicos. Um deles era um casarão histórico com provavelmente mais de um século de existência e que, como o Estado revelou, estava sob proteção do órgão de patrimônio municipal - ou seja, não poderia ter sido modificado. Para reparar o dano ao casarão, a Secretaria Municipal de Cultura vai elaborar um plano para a reconstrução e a preservação do imóvel.

O que sobrou da casa fica na Alameda Dino Bueno, 118. O local abrigou por décadas o antigo Hotel Rio Jordão. Quando ele fechou, há cerca de três anos, o imóvel foi tomado por usuários de crack. Há duas semanas, a Prefeitura retirou os ocupantes do local e demoliu todo o interior, com a justificativa de que o prédio estava com a estrutura comprometida e poderia desabar. Só sobrou a fachada.

Construído na virada do século 19 para o 20, o casarão foi alvo de abertura de estudos de tombamento pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico de São Paulo (Conpresp) em 1992. Isso significa que o órgão reconheceu a importância histórica do casarão e que iria estudá-lo para decidir se ele seria tombado ou não. Enquanto a decisão não saísse, o imóvel não poderia ser modificado sem autorização.

A demolição sofreu críticas de especialistas. "A decisão foi criminosa, não existe outra palavra. Demolir um prédio sob estudo de tombamento é crime previsto na lei ambiental. O bairro Campos Elísios é um dos mais históricos da cidade, e merecia destino melhor", afirma Jorge Eduardo Rubies, presidente da Associação Preserva São Paulo.

Segundo o Estado apurou, até técnicos da Secretaria de Cultura mostraram descontentamento com a demolição. Agora, a pasta terá 30 dias para apresentar um plano de recuperação. A Prefeitura ainda não decidiu qual modelo de preservação vai adotar e se vai desapropriar o imóvel para transformá-lo em algum equipamento cultural.

Comercio das Drogas


Há uns meses atrás era muito fácil comprar drogas ali na região da cracolândia , era só passar na rua e eles já ofereciam . Depois da ''limpeza na Cracolândia '' ficou mais difícil conseguir comprar drogas , os traficantes foram obrigados a se retirar daquela área que foi "habitada" pela policia e os usuários que antes ficavam pela aquela região continuam andando por bairros vizinhos , em bando e sem rumo.


Para onde vão os que querem ajuda ?

Os viciados arrependidos são direcionados a Hospitais Psiquiátricos , clinicas de reabilitação ou CAPS A.D (Centro de atenção psicossocial – ÁLCOOL E DROGAS) lá eles fazem tratamento , recebem medicação , participam de oficinas , atividades físicas e etc... Algumas igrejas também fazem alguns trabalhos com esses ex usuários.


 No que melhorou e no que piorou ?

As pessoas que moravam nas ruas em que a Cracolândia se encontrava achou muito bom, pois os usuários da droga migraram para as proximidades, e bairros vizinhos. E nesses bairros vizinhos, onde os usuários agora se encontram, os moradores e donos de comercio, continuam reclamando pois os roubos e invasões aumentaram.


O abuso dos Policiais. 

Alguns Policiais abusam da situação para agredir e maltratar os usuários, sem a consciência de que eles estam fora de si. E ao fazer isso, passam do limite e muitas das vezes acabam matando os usuários da droga.


Como a Cracolândia esta agora ?

Após todos esses meses, o local onde se encontrava a Cracolândia esta praticamente abandonada, principalmente após a demolição do prédio onde eles se instalavam. Mas os assaltos e invasões continuam, e não somente nos bairros próximos, mas também em zonas diferentes. 

 1°D Larissa Queiroz. (Representante) Bruna Lupi Cunha. Gabriel Araujo. Vitor Moreno. Camila Pereira. Marcela Bombonato.

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