domingo, 1 de abril de 2012

PINHEIRINHO

Introdução

No dia 22 de janeiro, ao executar uma decisão judicial de reintegração de posse em favor da massa falida do grupo Selecta S/A, do investidor Naji Nahas, dois mil soldados da Polícia Militar de São Paulo desalojaram cerca de 1600 famílias que ocupavam um terreno de 1,3 milhão de metros quadrados em São José dos Campos (SP), conhecido como favela do Pinheirinho.

O porque do ocorrido

Em 1981, o terreno teria sido vendido a Naji Nahas, empresário notório por sua prisão em 2008 após acusações de lavagem de dinheiro. A massa falida de Naji Nahas faliu em 1990, e o terreno, então de caráter industrial, ficou abandonado por mais de dez anos. A ocupação do loteamento chamado Pinheirinho teve início em 28 de fevereiro de 2004, por aproximadamente 300 famílias. Após 8 anos de ocupação, foi tomado uma decisão favorável à massa falida, pedindo a reintegração de posse do terreno.

Um acordo descumprido

O governo estadual e federal entraram em acordo de negociação de 15 dias para que a prefeitura local pudesse decidir se iria em frente com a reintegração ou transformava o terreno de mais de um milhão de metros quadrados em área de interesse social, passando então a titularidade para os moradores, em geral trabalhadores pobres e suas famílias.

O acordo, porém, foi descumprido e, sem nenhum aviso, a PM chegou ao local com um efetivo perto de 2 mil policiais fortemente armados.

Moradores do Pinheirinho armados com escudos e bastões esperando a chegada de policiais ...

Ação dos Policiais no Pinheirinho

A Polícia Militar cumpriu no dia 22 de janeiro, o mandado de reintegração de posse na comunidade do Pinheirinho.

Contra a ação da PM (Policia Militar)

Após a desocupação, houve diversas denúncias de abuso de poder e violações dos direitos humanos que teriam sido praticados pela Polícia Militar durante a ação. Ao Ministério Público Estadual, uma moradora acusou 12 policiais de abuso sexual.

A própria presidente Dilma Rousseff chegou a classificar de "barbárie" a operação de despejo. O ministro Gilberto Carvalho (da Secretaria-Geral da Presidência) afirmou que o governo paulista (responsável pelo cumprimento da ordem de desocupação) praticou "terrorismo".



Abrigo para os moradores desalojados

A escola Dom Pedro de Alcântara foi transformada em abrigo para 2.500 pessoas. Dados da revista Folha apontam que no local viu pelo menos três doentes com pneumonia, um com tuberculose e uma pessoa com sequelas de AVC jogados em colchões no pátio de esportes.

Crianças e bebês brincavam em meio a restos de comida e a fezes de pombos espalhados. Apenas quatro banheiros imundos serviam às mulheres. Os homens tinham de se contentar com três.

A situação sanitária era tão grave que dois vestiários, no fundo da quadra foram improvisados como banheiros também. "Eles querem nos degradar como seres humanos", disse o motorista Assis David Monteiro, 62 anos.



Vídeo



‘’Novo Pinheirinho’’ Embu das Artes e Santo André

O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) realizou no dia 2 de março de 2012, duas ocupações simultâneas, em diferentes regiões da Grande São Paulo: uma no município de Embu e outra no município de Santo André, no ABC. As ocupações, que levam o nome de “Novo Pinheirinho” foram uma ação necessária para a conquista de moradia por aqueles que há tempos vem lutando por uma vida mais digna.

Em meio a barracas improvisadas com bambus e lonas, estas famílias estão ocupadas. Não tem acesso à energia elétrica, saneamento e nem a um local digno para processar seus alimentos.




A Marcha

Na quarta-feira (14/03) mais de 2.300 famílias da ocupação Novo Pinheirinho do Embu realizaram uma Grande Marcha do Povo cujo destino era a Câmara Municipal do município de Embu das Artes.

O movimento ressaltou que o objetivo é pressionar o poder legislativo municipal (os vereadores) a reafirmar a destinação mista das áreas atualmente ocupadas nos termos já previstos pela Lei Municipal 2024/2002, para que finalmente a população tenha moradias dignas, de uma APA (Área de Proteção Ambiental) e de uma área de lazer.

Opinião do grupo

O caso da reintegração do Pinheiro foi algo aterrorizante. Ver aqueles moradores sendo expulsos com tanta violência, como se fossem um objeto sem nenhuma importância, seus poucos bens materiais sendo destruídos, crianças chorando e tudo isso por atos de terrorismo.

Naji Nahas , um bilionário que já foi preso por acusações de lavagem de dinheiro acabou com a vida de muitas pessoas pois queria ‘’seu terreno’’ de volta. Piores ainda são Geraldo Alckmin e Eduardo Cury que apoiaram essa reintegração.

Até quando vão agir com nós como se fossemos qualquer coisa? Sendo que até o salário deles vem do nosso esforço. Até quando o rico vai dominar as decisões? Até quando vamos nos calar perante a tanta injustiça? Até quando vamos ficar de braços cruzados vendo nossos familiares e amigos morrendo por atitudes de pessoas que só pensam em seu próprio bem estar? Até quando?

Agora só resta espera que dessa vez a justiça seja feita, a lei venha ser cumprida e esses moradores desabrigados venham ter pelo menos um terço daquilo que os foi ‘’roubado’’.

Integrantes do grupo:

Thays Ap. dos Santos Silva

Raisa Ramos Leite

Renata L. Moreira Silva

Elly Phelipe

Série: 1º E



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