segunda-feira, 2 de abril de 2012

Reitoria X Estudantes X PM X Sociedade = USP

O conflito que se instauro no campus da Universidade de São Paulo (USP) Infelizmente,  devido a forma como o conflito entre alunos e a Polícia Militar (PM) explodiu e a maneira extremamente ruim e equivocada com que a impressa o vem cobrindo tem apenas contribuído para que velhos estereótipos e afirmações baseadas no senso comum prevaleçam sobre a universidade e seu corpo discente. Resumidamente, a mídia promove o grupo de estudantes que reinvidicam a saída da PM do campus como uma minoria que se utiliza de um argumento pretensiosamente político para preservar privilégios - uso de drogas - no interior do campus da universidade.  Isso é uma inverdade. A imagem acima exemplifica um pouco a complexidade do problema. Nessa foto publicada no jornal Folha de São Paulo, aluno participando de uma manifestação contrária ao grupo que exige a saída da PM do campus exibe um cartaz ironizando o grupo que invadiu a administração da faculdade de filosofia. O conflito deu vazão a uma série de problemas que a comunidade uspiana tem que discutir, mas que por uma série de motivos não o faz há anos. São eles: 1) estrutura de poder e democracia na universidade; 2) política de isolamento da universidade tomada pela reitoria da USP em relação a seu campus na cidade de São Paulo nos últimos 15 anos; 3) segurança do campus e formas de resolver problemas como roubos, latrocínios, assaltos, homicídios e estupros que acontecem cotidianamente na Cidade Universitária e, finalmente, 4) uma discussão séria e aberta sobre o uso de drogas no campus.

José de Souza Martins, professor titular aposentado do departamento de sociologia da USP, publicou o artigo "Destinatário Desconhecido" no jornal O Estado de São Paulo.Regurgitando autores clássicos da sociologia que trataram do tema da juventude e listando revoluções que ocorreram no decorrer da história mundial Martins, num sociólogo charmoso, acusa o movimento de estudantes da USP de não ter um objetivo ou alvo mais concreto. Ele termina o artigo afirmando que: "Mas, como agora aqui na USP, os jovens não sabiam o endereço do destinatário da revolta e do sonho pela simples razão de que o destinatário é difuso, está em todos os lugares, até mesmo e sobretudo no cenário bucólico e poluído do fumacê ao lado do prédio de História e Geografia, onde o sonho é cotidianamente comercializado por traficantes e mercenários." Ou seja, uma versão mais sofisticada e com a "carteirada" uspiana, mas que apenas reproduz o argumento da grande mídia: são jovens ingênuos e sem causa perdidos em conflitos geracionais que não sabem o que fazem. Será? Tenho minhas dúvidas!
Muita Paz!


Após saída de estudantes, reitoria da USP tem bagunça e pichação


CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO
Os estudantes que haviam invadido o prédio da reitoria da USP (Universidade de São Paulo) foram pegos de surpresa pelos policiais que cumpriram a reintegração de posse do local, na madrugada desta terça-feira.
Cristina Moreno
Segundo a PM, os estudantes estavam dormindo por volta das 5h20, quando a operação começou. Cerca de 400 policiais da Tropa de Choque e da Cavalaria da PM foram acionados, além de um helicóptero Águia e de policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) e do GOE (Grupo de Operações Especiais). Ao todo, 70 estudantes foram detidos e levados de ônibus para o 91º DP (Ceasa). Após a saída dos alunos, restou uma grande bagunça no prédio da reitoria.





Paredes e vidros foram pichados, há papéis e móveis revirados e lixo pelo local. Os estudantes deixaram colchões e cobertores para trás e até as estátuas foram movimentadas. Policiais que fizeram uma vistoria no imóvel encontraram sete garrafas de coquetéis molotov, três galões com gasolina e seis caixas de rojões. A Polícia Civil ainda vai realizar uma perícia no prédio para verificar se houve dano ao patrimônio da universidade.
ASSEMBLEIA
Os estudantes haviam decidido, em assembléia realizada na noite de ontem (7), manter a ocupação, apesar do fim do prazo dado pela Justiça para deixarem o local. Após a votação, alguns estudantes agrediram jornalistas. Um cinegrafista caiu após ser empurrado e um fotógrafo teve a câmera arrancada e machucou as mãos --ele foi levado ao hospital. O clima ficou tenso e, após os grupos ficarem separados, os alunos arremessaram pedras na direção dos jornalistas. Um cinegrafista foi atingido e ficou levemente ferido. No momento do tumulto, não havia guardas universitários nem PMs no local. Após a confusão, um representante dos invasores disse que havia ocorrido uma "situação isolada".
                                                      



         
Grupo de estudantes que invadiu a reitoria da USP entra em confronto com jornalistas na noite de segunda (7)
RESISTÊNCIA
Na assembleia, vários estudantes disseram estar dispostos a resistir caso a PM fizesse a reintegração de posse. Mais cedo, às 18h, uma reunião de negociação entre representantes da reitoria e alunos terminou em impasse. O superintendente de relações institucionais da USP, Wanderley Messias da Costa, chegou a deixar a sala onde ocorria o encontro. A proposta apresentada à tarde pela universidade previa que os alunos e funcionários não fossem punidos por participar da invasão. A reitoria também manteve a oferta de criar grupos para discutir o convênio com a PM --principal motivo da invasão-- e revisar processos administrativos contra estudantes. Os alunos, no entanto, consideraram a proposta insuficiente, já que havia chance de novos processos caso ficasse provado que houve vandalismo no prédio invadido. Os acontecimentos que levaram à ocupação da reitoria tiveram início no dia 27 de outubro, quando três alunos da USP foram detidos por posse de maconha. Houve reação de colegas, que investiram contra a PM. Policiais usaram bombas de efeito moral e cassetetes para levar os rapazes à delegacia --depois eles foram liberados. Na mesma noite, um grupo de cem estudantes invadiu um prédio administrativo da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). Na terça passada, mais de mil alunos realizaram uma assembleia que decidiu, por 559 votos a 458, pela desocupação do edifício. A minoria derrotada, porém, decidiu invadir a reitoria, onde hoje há cerca de 50 manifestantes --a USP toda tem cerca de 82 mil alunos (50 mil só na Cidade Universitária).


Estudantes, funcionários e professores da USP pedem audiência com reitor

Comunidade acadêmica da USP se reúne em frente à Reitoria para cobrar audiência pública com o reitor João Granadino Rodas
Da Redação
Após oito dias de greve estudantil, estudantes, funcionários e professores da USP (Universidade de São Paulo) se reuniram nesta quarta-feira (16) em um ato em frente à Reitoria para cobrar da instituição uma audiência pública com o reitor João Grandino Rodas. Os manifestantes pretendem entregar uma carta reivindicando que o mandatário renuncie.Segundo o diretor do DCE (Diretório Central dos Estudantes), Pedro Serrano, mais de 50% dos estudantes do campus Butantã estão paralisados. “Está tendo um esforço de todo o conjunto do movimento estudantil e do DCE para levar a discussão para todos os cursos. Vamos tentar viabilizar também assembléias no interior, no campus de Piracicaba, Bauru e Lorena”, afirma.De acordo com Serrano, os cursos de Arquitetura, Artes Plásticas, Artes Cênicas, Audiovisual, Biblioteconomia, Biologia, Ciências Sociais, Design, Educação, Educomunicação, Filosofia, Geografia, História, Letras, Jornalismo, Música e Psicologia já estão paralisados.Acadêmicos de Matemática, Politécnica e Relações Internacionais farão assembléia nesta quarta para decidir se também paralisarão as atividades. A Faculdade de Economia e Administração (FEA) discutiu a greve, mas ainda não tirou posicionamento.Em São Carlos (SP), uma assembleia com mais de mil estudantes aprovou um indicativo de greve na última sexta-feira (11). Em Ribeirão Preto (SP), estudantes realizarão assembleia nesta quinta-feira (17), às 18h, no Bloco Didático da Medicina com a pauta “Universidade, Polícia Militar e Greve”.Alunos da pós-graduação da capital se reúnem nesta quarta-feira, a partir das 18h30, no Auditório Novo II, no Instituto de Física. Além do posicionamento dos pós-graduandos sobre os últimos acontecimentos, eles também discutem a reestruturação da Associação dos Pós-Graduandos da USP-Capital (APG-USP Capital), entidade representativa da classe.A greve estudantil tem cinco pontos principais de reivindicação: o fim dos processos políticos e administrativos movidos pela USP contra funcionários e estudantes, a saída da Polícia Militar do campus e o fim do convênio com a Corporação, anistia aos presos políticos pela ocupação da reitoria, a saída de João Grandino Rodas do cargo de reitor e a aprovação de um plano alternativo de segurança para a Universidade.

 1º A .
alunas : Camila Lopes,Kimberlyn Freitas,Bruna Ricz,Diana Larissa

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